Grupo Carlos Lyra inicia eucaliptocultura em áreas de encostas da Unidade Cachoeira
Em 16 de junho de 2013, o Grupo Carlos Lyra iniciou um plantio de eucalipto em áreas de encostas na Usina Caeté S/A – Unidade Cachoeira, localizada em Maceió (AL). A discussão em torno desse projeto surgiu há cerca de cinco anos, diante das dificuldades encontradas com o alto custo da produção de cana-de-açúcar nas encostas, onde não há condições de mecanizar o processo.
O gerente-geral da Cachoeira, Ricardo Paiva, ressaltou que, devido à topografia acidentada da usina, estas áreas já vinham sendo abandonadas há alguns anos e o objetivo era prepara-las para uma nova alternativa de cultivo. “Vários estudos de viabilidade foram realizados.
Os resultados obtidos com um projeto piloto implantado há aproximadamente oito anos na Unidade Marituba, na região do Baixo São Francisco, e uma visita técnica ao estado de Minas Gerais, onde conhecemos duas empresas que desenvolvem a eucaliptocultura em áreas de encosta com comprovado êxito, foram fundamentais para a decisão de se implantar essa cultura em nossas terras”.
Ricardo Paiva destacou ainda que a proximidade com os grandes centros consumidores e com os portos, tanto da capital, como o de Suape (PE), são estratégicos para o escoamento da futura produção. O Grupo Carlos Lyra estuda qual será a finalidade da madeira, que pode ser aproveitada para fins energéticos e até na produção de celulose.
De acordo com Shirlan Madeiros, engenheiro agrônomo responsável pelo projeto na usina, além do alto custo de plantação e colheita da cana nessas áreas, a longevidade do canavial é menor.
Com a discussão em torno da extinção da prática da queima da cana-de-açúcar e a escassez da mão de obra, a eucaliptocultura figura como um projeto atrativo e economicamente viável.
“Não podemos deixar de mencionar os benefícios ambientais gerados pelo plantio do eucalipto. Além de proteger as encostas, futuramente serão formados corredores ecológicos, interligando os remanescentes de mata pertencentes à usina”, assinalou Madeiros. Outro aspecto importante a destacar é a contribuição para a redução da emissão de gás carbônico na atmosfera.
Segundo o agrônomo, o primeiro plantio foi realizado entre os meses de junho até setembro, num total de 1.517 hectares. Em seis meses, as árvores já atingem mais de quatro metros de altura.
“Em cinco anos nossa expectativa é alcançar 10 mil hectares, onde 80% desse total são áreas de encostas”.
No plantio são utilizados clones produzidos em viveiros de três estados brasileiros. É importante fazer o controle de doenças e da principal praga dessa cultura, a formiga.
Shirlan Madeiros afirmou que o próximo plantio, contemplando mais 2 mil hectares, será realizado entre os meses de abril e agosto do próximo ano. “Para o sucesso dessa cultura são necessários, por ano, índices pluviométricos entre 800 a 1.200 milímetros, representando o mesmo consumo de uma laranjeira.
Os plantios são planejados justamente para a época do inverno, pois assim não utilizamos irrigação”.
A colheita é indicada após seis anos, e trata-se de uma cultura que tem ampla utilização no mercado. Já existem maquinários que cortam e seccionam com declividade de até 27 graus.
“Vale salientar que, mesmo não sendo colhida nesse prazo, não há prejuízos para a cultura, pelo contrário, as árvores ficam ainda mais fortes.