Close

Notícias

Desmistificando a Segurança do Trabalho: “Todo acidente é previsível”

Desmistificando a Segurança do Trabalho: “Todo acidente é previsível”

Existe um mito de que a Segurança do Trabalho é feita apenas pelo profissional da área, mas trata-se de “um dever de todos”, afirma categoricamente Jameson de Oliveira Ramos, engenheiro de Segurança do Trabalho da Usina Caeté.

Durante o último mês de abril, dedicado às ações de sensibilização e discussões sobre Saúde e Segurança do Trabalho, o engenheiro Jameson de Oliveira Ramos, supervisor do SESMT da Usina Caeté, fez um retrato das ações adotadas pela empresa e ressaltou o envolvimento de todos os colaboradores num processo de mudança de conceito e comportamento.

“Inicialmente imaginava-se que fazer Segurança era cumprir uma obrigação legal. Hoje é um compromisso da alta administração da Usina Caeté, que vai muito além do cumprimento das obrigações legais, pois exalta a valorização do capital humano, um dos Valores do Grupo Carlos Lyra”, enfatizou Jameson.

Para o engenheiro de Segurança do Trabalho é um desafio diário tentar mudar o comportamento dos colaboradores, e que inúmeros eventos podem causar grandes acidentes pela simples não-observância de itens de segurança do trabalho. “É um processo contínuo de avaliação, para entender em qual nível de maturidade a empresa se encontra, pois tecnicamente observamos que, quando aumentamos o nível de maturidade em segurança do trabalho, também elevamos o comprometimento das pessoas para com o tema”, ressalta o engenheiro de Segurança, acrescentando que “existem ferramentas que tratam a evolução cultural em saúde e segurança e que esta evolução acarreta redução de perda em qualquer unidade de produção, ou seja, a partir do momento que eu tenho uma padronização, comprometimento da liderança, treinamento de todos sobre as regras e os procedimentos, controlando essas metas e com disciplina nos procedimentos que foram elaborados, há uma tendência de redução do número de acidentes”.

Jameson assinala que só pelo simples fato de comprometer os líderes, fazendo os mesmos entenderem seu papel frente a segurança do trabalho, já há uma redução substancial nos índices de acidente. A maioria das empresas está na fase dos instintos naturais, tratando apenas o que está acontecendo. Não existe uma cultura de ir na raiz do problema. Às vezes há uma negligência, ou até mesmo um desconhecimento técnico”.

Um ponto que requer reflexão nesse contexto, abordado pelo engenheiro de Segurança do Trabalho da Usina Caeté, denota que inexiste a realidade de interdependência, onde todas as equipes se ajudam mutuamente, tido como o cenário ideal para redução das perdas. “É um processo que não é simples como uma virada de chave. Precisamos persistir, organizando o ambiente setor por setor, para que possamos sair gradativamente dos instintos naturais e começar a enxergar mais além, melhorando a cultura prevencionista. Nos últimos 10 anos conseguimos evoluir bastante, reduzindo em 72,3% o número de acidentes, uma diferença acentuada”.

Na Usina Caeté é realizado um trabalho de levantamento de problemas e através dos dados coletados identifica-se a prevalência. Com isso, é feito o esboço de uma campanha ou de um trabalho específico, em cima das variáveis detectadas no dia a dia.

“Com o Programa de Gestão de Riscos implantado, somos guiados a fazer um estudo de análise de risco para cada tarefa. Temos um problema comportamental. Precisamos sensibilizar pessoas, criar procedimentos operacionais, treinar e comprometer mais ainda as lideranças para enxergar os pontos fora da curva e mudar a ideia de que é a Segurança do Trabalho que precisa ver tudo. O líder, ao enxergar os problemas, nos informa e trabalhamos juntos, visando minimizar os riscos atrelados às atividades desenvolvidas pelos colaboradores. Há estudos que mostram o poder de influência que uma pessoa pode ter sobre outra que está indecisa e como normalmente essas decisões acabam impactando diretamente no bem-estar do colaborador”.

Jameson defende com grande propriedade que a Segurança do Trabalho existe para dar o suporte técnico necessário. “Enquanto isso não for entendido, pouco avançaremos na discussão. Problemas só acontecerão se não enxergamos os desvios, os quase acidentes, e tudo que pode evoluir para um acidente gravíssimo”.

Na Usina Caeté existe uma rotina semanal de apresentação dos indicadores de Segurança de forma corporativa, onde os assuntos de SST são abordados como o tópico inicial das reuniões. “São mostrados os desvios, comparações de resultados e evoluções, e quando ocorrem acidentes e incidentes dentro de um determinado ambiente, o líder da área precisa explicar o que aconteceu, quais as ações tomadas e como ele está trabalhando com aquela equipe. Essa metodologia vem surtindo um efeito positivo”.

Jameson destaca uma parte operacional mais específica na Caeté, onde a Segurança do Trabalho faz parte de um grupo que analisa os eventos que acontecem com máquinas e equipamentos, e os processos para melhorias das ações relacionadas. “Ou seja, fazer correção de uma forma que surta efeito por completo para que esses eventos não continuem ocorrendo”.

Sobre a criação das Regras de Ouro, o engenheiro explica que em função de eventos ocorridos no passado, torna-se imprescindível uma mudança na conduta para que não haja uma recorrência desses eventos. “Esse conjunto de questões padronizadas influencia diretamente na diferença comportamental dos colaboradores. A Alta Administração da Usina Caeté está de mãos dadas com a Segurança do Trabalho e já entendeu que se não estivermos juntos, nós não conseguiremos evoluir”.

“Cada colaborador precisa ter a consciência de que Segurança do Trabalho também é feita por ele, ou então as coisas não funcionam. Sem assumir o seu papel, ele acaba sendo o maior prejudicado nessa relação de salvaguardar a própria vida e o próprio convívio familiar ou em sociedade”.

Seminário
Durante o 9º Seminário Abril Verde pela Saúde e Segurança no Trabalho, realizado na Casa da Indústria, o engenheiro de Segurança do Trabalho da Usina Caeté, Jameson Oliveira Ramos, atendendo a convite, ministrou duas palestras: uma no dia 14/04, reservado a empresários e gestores, e outra no dia 28/04, destinado para toda sociedade.

Skip to content